É engraçado como quando se pensa em corações partidos, automaticamente se pensa em relações amorosas. Ninguém fala dos corações partidos nas amizades e na dor que trazem.
Não somos mais amigos e já se passou meses, anos desde a última vez que falamos. Ainda assim, penso em ti quando pego no cartão de aniversário que me deste ou quando estou a apagar as fotografias do telemóvel para ter espaço e nunca apago a nossa.
Sei qual é a tua cor favorita e o teu dia de aniversário. Lembro-me de quem era a tua celebrity crush e das tuas manias divertidas que tinhas. Não sei se ainda as tens, não tenho como saber, claramente. Não sei como és agora, mas sei que gostava de quem tu eras. Tivemos de separar caminhos e apesar de saber que foi o melhor, continuo a questionar-me onde estaríamos agora se continuássemos amigos.
Tive de te deixar ir, mas algo dentro de mim vai continuar sempre a lembrar-me da nossa amizade. Vai haver sempre algo que me faça lembrar de ti e percebi que está tudo bem nisso. Não queria dizer adeus porque sabia que seria para sempre. E apesar do sempre ainda não ter acabado, sei que vamos ficar por aqui.
Não há como mudar o passado e, sinceramente, não o mudaria. Talvez o teu destino e o meu não tinham hipótese de andarem juntos, mas o universo quis que nos encontrássemos em algum ponto da nossa vida para nos ensinar coisas valiosas – e ensinou.
Pergunto-te se foi fácil para ti esqueceres-me. Acredito que sim porque a pressa para te ires embora foi demasiada. Ainda assim, pergunto-me se encontraste o encerramento que precisavas? Conseguiste superar? Se sim, ainda bem. Se não? Ora… O mal já está feito.
Foi por tua causa que entendi que “melhores amigos para sempre” não quer dizer que seja para a vida toda.
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